Notícias Fecomercio
25 de outubro de 2017Está na hora de olhar para o Oriente, dizem universitários da Renmin University of China
“Está na hora de olhar para o Oriente. Não para replicá-lo, mas para entender porque deu certo, qual o modelo de desenvolvimento que fez com que se tornasse o maior caso de sucesso de países em desenvolvimento do mundo”, afirma o estudante de Política Internacional e Economia Política da Renmin University of China, Otávio Costa Miranda. Ao lado do estudante de Direito e Matemática Aplicada da FGV e da Renmin University of China, Eduardo Cavaliere, ele conversa com o UM BRASIL sobre as relações de comércio exterior entre Brasil e o país asiático.
Os jovens são cofundadores da BRASA Ásia e do Brazil+China Challange 2017. A entrevista faz parte de uma série realizada em Pequim durante o evento, ocorrido nos dias 1º e 2 de setembro.
“O arranjo institucional Brasil-China é no mínimo interessante porque o Brasil hoje vivencia uma situação em que é superavitário em relação à China e às suas relações comerciais, mas nosso País se primarizou ao longo do tempo”, observa Miranda. Ele comenta que, enquanto na década de 1970 a indústria brasileira exportava automóveis, em 2017 a pauta agrícola era muito forte nas exportações. “Mesmo considerando que cada grão de soja tenha um porcentual enorme do esforço científico dos nossos engenheiros agrônomos, o Brasil não consegue se desamarrar da dependência da exportação de commodities para a China”, analisa.
Para o estudante, levando em conta que metade do que o Brasil exporta para a China hoje é soja e os outros 50% estão divididos entre poucos produtos também primários, é possível constatar uma vulnerabilidade por parte das duas economias. “A China hoje tem uma situação de dependência estratégica em relação ao Brasil pelo tipo dos produtos que compra”, destaca.
Eduardo Cavaliere também avalia que os chineses sabem exatamente o que querem ganhar com o Brasil. “Do outro lado, o arranjo brasileiro dificulta o planejamento e uma postura mais ativa. Os canais do lado nacional são concentrados e muito específicos”, afirma. Assista a entrevista completa aqui.
