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4 de setembro de 2017“País sem leitores é país sem pensamento”, diz Nélida Piñon
Os desafios de criar um país com mais leitores, as dificuldades de acesso aos livros e a presença das mulheres na literatura nacional são temas abordados na entrevista do UM BRASIL com a escritora imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) e primeira mulher a ter presidido a instituição, Nélida Piñon.
Segundo ela, teria de haver uma revolução social, no sentido de infundir ânimo por conhecimento nas pessoas. A escritora acrescenta ainda que falta nos brasileiros uma busca pela ascensão social por meio do saber e dos livros. “Você quer ao seu lado pessoas que lhe estimulem a ver o mundo de uma maneira dilatada através do viés da imaginação”, analisa.
Sobre as escolas brasileiras, Nélida diz que é necessária uma mudança estrutural. “Nossa sociedade não tem apreço pela cultura na forma oficial dela (como os livros), além de não termos formação educacional para entendermos o que lemos. Deve-se entender as nuances contidas num livro”, explica.
A imortal da ABL tem um posicionamento muito claro sobre a participação das mulheres na literatura. “A nossa sociedade é indulgente com o homem: ele pode ter uma obra não tão significativa e é quase imediatamente aplaudido. É oficialmente lido pelas classes determinantes do poder literário. Quando a mulher é lida, as mesmas pessoas simulam que não leram para não ter de dizer uma palavra favorável a respeito dela”, enfatiza.
Nélida foi a primeira mulher a presidir a instituição e exerceu o mandato no ano do centenário da ABL. De acordo com ela, o Brasil tem mais mulheres escritoras importantes do que as estatísticas indicam. Entre os 40 membros efetivos da ABL, apenas cinco são mulheres. Confira a entrevista completa aqui.
