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28 de agosto de 2018Velha estrutura política ainda decide eleições, diz Cláudio Couto
A utilização da internet como espaço de debate e de promoção política tem crescido e deve continuar crescendo nas próximas eleições. Contudo, o modelo tradicional de se fazer política no Brasil, sobretudo campanhas veiculadas no rádio e na televisão, segue exercendo impacto significativo nas disputas eleitorais. É o que diz o doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP) e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), Cláudio Couto.
Em entrevista ao UM BRASIL, realizada em parceria com o InfoMoney, Couto ressalta que o horário político – que neste ano vai ao ar de 31 de agosto a 4 de outubro –, a despeito de o período de veiculação ter sido encurtado em função de alterações na legislação eleitoral, segue sendo importante para definição de campanhas vitoriosas.
“Embora a audiência dos programas de TV e de rádio seja menor hoje do que foi no passado, do ponto de vista de que o peso disso seja relativamente menor, esse peso não desapareceu por completo”, afirma o cientista político, em entrevista a Humberto Dantas e Marcos Mortari. “O tempo que conta não é só de afirmação do candidato, mas de desconstrução do adversário. Então, o candidato que sofrer muitos ataques pode ter um declínio”, completa.
Nesse sentido, Couto explica que a “velha estrutura da política”, baseada em formação de coligações para ter mais tempo para campanha midiática, ainda traz resultados expressivos, mesmo que a população brasileira tenha reivindicado mudanças no sistema eleitoral.
“É uma eleição diferente [a presidencial de 2018] das anteriores do ponto de vista que há mais pulverização e incerteza, mas as velhas estruturas ainda funcionam. Uma amostra disso: todos os candidatos outsiders sumiram. Dizíamos um tempo atrás que esta era uma eleição mais propícia para outsiders, mas um por um eles foram desaparecendo”, salienta. Assista à entrevista completa aqui.
