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4 de junho de 2019

Desmistificando o lobby: empresas e cidadãos podem ser lobistas, afirma Andréa Gozetto


Especialista em relações governamentais explica em entrevista ao UM BRASIL que o lobby é inerente às democracias

A falta de conhecimento da atividade “lobby” causa desconfiança da população, que costuma ouvir esse termo na imprensa em ações relacionadas a corrupção e tráfico de influências.  Segundo a especialista em relações governamentais Andréa Gozetto, em entrevista ao UM BRASIL, o lobby é neutro – é defesa de interesses a membros do Poder Público que podem tomar decisões acerca de políticas públicas. Ele será classificado lícito ou ilícito dependendo do instrumento utilizado para fazer a defesa desses interesses.

Na conversa com Humberto Dantas, Andréa afirma que o estigma de marginalidade que envolve essa atividade remonta à época da ditadura militar, quando o termo passou a ser usado como sinônimo de pressão indevida. Apesar da imagem negativa, ela argumenta que o lobby não está restrito a grandes grupos econômicos e pode ser utilizado pelo cidadão, por organizações da sociedade civil, empresas privadas, associações setoriais, políticos e movimentos sociais.

A atividade – regulada em países da Europa e nos Estados Unidos – ainda não foi legitimada no Brasil. A falta de regulação, segundo Andréa, se deve a inúmeras questões, como o desconhecimento dos cidadãos sobre o assunto, o desinteresse do Executivo pelo tema e a falta de pressão internacional. Atualmente, a categoria “lobista” é definida pela Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) e há um projeto de lei da Controladoria-Geral da União (CGU) em discussão. “Os norte-americanos regulamentaram essa atividade em 1946, e, agora, estamos na mesma direção que eles estavam no século 19”, observa.

Mesmo nos locais onde o lobby é regulamentado, a terminologia encontra resistência. Por isso, Andréa acredita que o melhor a fazer no Brasil é encontrar um termo mais amplo, que englobe o relacionamento entre o público e o privado, e educar a população. Assista à entrevista completa aqui.

 

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